Se foi algo que
me chocou aqui nos USA foi ter responder a estas duas questões em todos e
quaisquer documentos oficiais. Para um país que se intitula tão progressista,
não racista e pela liberdade, qual a lógica destas questões? Não em lembro
nunca de ter de preencher este tipo de dados em Portugal... Depois, claro, não
sabia responder. Pus caucasiana para raça e etnia...pus portuguesa :D Claro que
ser portuguesa para mim é suficiente clarificante mas não para eles,
aparentemente. Até me questionaram se eu era mesmo caucasiana!! Não sou latina,
não sou nativa americana, não sou africana-americana (até esta expressão, só
existe nos estados unidos- nunca ouvi alguém a intitular alguém de
africano-europeu!!). Das "raças" que conheço, sobra caucasiana. Mas a
resposta para a questão da minha etnia apareceu sem estar a pensar no assunto,
quando me estava já a vir embora dos Estados Unidos- sou LUSITANA!
E pronto,
agora já não tenho oportunidade de clarificar a minha "etnia".
De
todas as minhas perdições nesta terra, da que mais gostei foi mesmo a
gastronómica! Nunca tinha comido tantos pratos de países diferentes em tão
pouco tempo. Aproveitei para experimentar especialmente a asiática, que não
conhecia e aqui na Califórnia e em San Diego é o local certo para o fazer.
Devido à grande quantidade de asiáticos que emigraram, existem muitos e bons
restaurantes, para além de montes de supermercados cheios de iguarias com ar
duvidoso aos olhos de um ocidental menos dado a experimentar comidas fora da
sua zona de conforto. Existem muitos mais restaurantes de países diferentes mas
eu "só" provei comida coreana, indiana, japonesa, vietnamita,
tailandesa, mexicana, italiana e claro, americana. De facto, a menos original é
a americana, que não têm propriamente uma tradição comparando com as outras
culturas. Mas reduzir a gastronomia americana só a hamburgers e pizzas não é
estar a ser justa. Há também restaurantes que chamam "fish market"
(mercados de peixe), em que servem peixe fresco grelhado em sandes ou saladas
(com molhos, sempre mas podem vir à parte se for pedido). Recomendo, embora
tenha de confessar que o facto de servirem em pratos e em talheres descartáveis
de plastico, tire um pouco do encanto da comida...pelo menos para mim, que
depois desta viagem só posso dizer que sou, orgulhosamente Europeia.
Tiro o chapéu ao
país Estados Unidos, que em tão pouco tempo de história alcançou tantas coisas
verdadeiramente espantosas mas parece que a falta de história e tradição os
tornou numa sociedade individualista e com um pensamento demasiado capitalista para
agirem voluntariosamente sem esperar algo em troca. É uma pena...a perda é toda
deles e nem nunca se vão aperceber disso.
Vemo-nos por aí
na Europa ;)





